sábado, 6 de setembro de 2014

O abismo que cavaste com teus pés.

Teu rosto hoje, pouco me inspira além de tristeza.
Já não traz no olhar a leveza,
Que outrora formoseava teu rosto,
emoldurando tua beleza.

No teu sorriso amarelo transparece o vazio.
Um esboço singelo,
um rascunho sem cor
desse teu coração, tão frio.

Entre os dedos traz o meu cigarro preferido,
com as mão tremendo, transparecendo insegurança.
Como um animal ferido procura por abrigo,
Procura em qualquer abraço a cura da tua desesperança.

Até o teu andar me soa vago,
meio preocupado, como o de quem não sabe aonde ir
Como se a qualquer instante,
num surto delirante, fosse se sentar e desistir.

Não vejo vida em tua vida.
Vejo um corpo sem alma, por culpa de um coração que enrijecia.
Não vejo em ti, nenhum resquício do que foste um dia.

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