terça-feira, 21 de junho de 2011

Solstício.

As folhas já não vão mais cair.
E o ar gélido chega para assombrar.
Para lembrar-te dos Invernos que viste partir,
Para lembrar-te quantas vezes por ele tu se deixaste levar,
Para te recordar das lembranças a esmorecer,
Para te recordar a vida que te falta nesse teu viver.
Porém o frio que congela, te faz procurar o que aquece,
Isso talvez te livre do que te aprisiona e adormece.
E talvez na invernia externa, teu interior aqueça,
Ainda que as narinas sintam o ar congelar.
E assim talvez a desesperança desapareça,
E te faça perceber o quão longe pode enxergar.
Aí teus olhos te farão ver o que estava oculto.
E terá paz essa tua mente cheia de tumultos.
Verás o caminho rumo a próxima estação,
E seguirá convicto como se a primavera lhe apontasse a direção.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Flores do Mal.

Se recebesse de ti um buquê de rosas negras não surtiria efeito tão devastador sobre mim quanto o efeito do ar pesado, denso e turvo que eu respiro quando te vejo roubar palavras de amores indesejáveis para descrever tua insegurança. Teu medo derrota a tua esperança e assim retira o chão sob teus pés, te deixa sem poder se mover, e me espanta o teu conformismo. Teu desejo de revanche te cega, não te permite ver a conseqüência dos teus atos, estes podem até me atingir, mas é para ti que sobra o gosto da auto-tortura.