quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quando tudo parece pouco, nada parece suficiente.

Me conta a tua história
como quem pede, como quem implora
por um pouco de atenção.
Desliga a tua memória
se despede e parte logo sem demora
rumo a próxima estação.
E o carrilhar das rodas entre os trilhos,
são provas da tua falta de opção.
Por medo, ou por qualquer outra razão.
Sinta o vento no teu rosto.
Sinta o frio entrar pela janela.
A liberdade tem um preço.
A incerteza se revela.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Solitude.

Casa palavra me mata.
Cada promessa me seca.
Cada jura me ofende.
Cada mentira me afeta.
E não há amor que nos salve.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Solstício.

As folhas já não vão mais cair.
E o ar gélido chega para assombrar.
Para lembrar-te dos Invernos que viste partir,
Para lembrar-te quantas vezes por ele tu se deixaste levar,
Para te recordar das lembranças a esmorecer,
Para te recordar a vida que te falta nesse teu viver.
Porém o frio que congela, te faz procurar o que aquece,
Isso talvez te livre do que te aprisiona e adormece.
E talvez na invernia externa, teu interior aqueça,
Ainda que as narinas sintam o ar congelar.
E assim talvez a desesperança desapareça,
E te faça perceber o quão longe pode enxergar.
Aí teus olhos te farão ver o que estava oculto.
E terá paz essa tua mente cheia de tumultos.
Verás o caminho rumo a próxima estação,
E seguirá convicto como se a primavera lhe apontasse a direção.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Flores do Mal.

Se recebesse de ti um buquê de rosas negras não surtiria efeito tão devastador sobre mim quanto o efeito do ar pesado, denso e turvo que eu respiro quando te vejo roubar palavras de amores indesejáveis para descrever tua insegurança. Teu medo derrota a tua esperança e assim retira o chão sob teus pés, te deixa sem poder se mover, e me espanta o teu conformismo. Teu desejo de revanche te cega, não te permite ver a conseqüência dos teus atos, estes podem até me atingir, mas é para ti que sobra o gosto da auto-tortura.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Luto

Siga neste louco luto,
sem saber nem entender.
O que te tira o sono e o assunto?
Há tanta coisa para tentar esquecer?
Diga o que te faz confuso,
são só portas para escolher.
Esse teu rosto de abandono diz tudo?
Será que conhece teu limite de ser?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Alucinação

Quebra o silencio, dispara tuas farpas.
Despeja em meu peito o desalento.
Se faz de rogada para não ver as marcas,
Que eu escondo sem nenhum talento.

E ao ouvir tua voz eu sinto arder
Cada uma das minhas cicatrizes.
Como se teu timbre me fizesse me perder,
Me tirasse de qualquer das diretrizes.

Como se meu rumo fosse seguir aquela onda,
Da tua voz inebriando minha mente.
Como se tu fosse uma sombra.
Que me anestesia e me torna inconseqüente.

Desfaz meu pensamento e anula minha razão.
Me faz ver tudo de um lado que eu nunca vi,
Faz parecer que o que se chama emoção,
Eu só senti quando o brilho nos teus olhos eu vi.





sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sorry, you are not a winner.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Aposta(sia)

E se de repente você se deparasse com algo que não pudesse controlar?
Algo que abalasse sua fé e te fizesse fraquejar.
E a partir daí as piadas não fossem tão engraçadas.
Se suas velhas convicções agora descessem atravessadas.
E se de repente tudo que você apostou ser verdade na vida não for?
Se fossem as verdades e não as mentiras que alimentassem seu rancor?
Estavam todos certos, e sempre foi você que esteve enganado?
E a partir de agora para que serve todo o caminho trilhado?
Todos somos o que acreditamos.
Se você não tiver certeza, de nada valeram tantos anos.
Com o peso da palavras é que se muda a mente.
Influi mais quem se acredita mais convincente.
Você apostaria sua vida por tudo que acredita?
Talvez prefira abrir mão e deixar que alguém decida.


terça-feira, 8 de março de 2011

Impressão.

Faz um tempo que eu ando,
mas sem saber muito bem por onde.
Faz muito tempo que eu busco,
mas o alvo parece que se esconde.
Algumas vezes cheguei até a tocar.
Mas achei tão frágil, melhor evitar.
Apreciar com olhos distantes, intocável.
Não ganhar, nem perder, lastimável.
Agonizante tortura psicológica.
Hesitar no ultimo passo.
Conflito de sentimento e lógica.
Coração e mente em descompasso.
Como se num passe de mágica.
Num ultimo olhar descobrisse o alvo falso.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Malbec

Percebo de longe um desvio,
os planos já saem da rota
Já sinto tudo por um fio,
O que me confortava me desfoca...

... Me desnorteia, me confunde
esfacela toda a convicção
o espelho nublando ilude
levando ao limite da divagação.

Quantos rostos eu enxergo
nesse rosto que eu não conheço mais?
Quantos sorrisos eu nego,
Fechando a mão pro que me satisfaz?

Tolice dizer "eu tentei"
Se desistir a uma passo de chegar.
Simples é dizer "eu errei"
a grandeza está em levantar e consertar...

Cada tropeço só é motivo para se erguer novamente,
continuar e lutar como se a vitória já te fosse inerente.

Se ainda assim não passares o desvio,
è porque existe outro rumo pra esse rio.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cegueira.

Cegueira.

Pobre daquele que tendo o mais belo céu,
só se lembra de observar o cinza da cidade.
Pobre daquele que tendo em si o melhor do ser humano,
se maqueia cedendo à vaidade.
Fúteis, tristes e não criveis, não sabem o que é enxergar.