sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Introdução a misantropia.

As pessoas me incomodavam,
estavam sempre aglomeradas, falando merda,
mentindo, contando vantagens.
Não gostava disso.
Elas me aterrorizavam.
Sempre pensava
""sera possível eu ficar idiota assim?""
Não queria nada delas.
Seus sorrisos comprados em shoppings,
Seus cabelos lisos banhados a formol.
Suas almas vazias embebidas de cianureto,
amortizando pouco a pouco a vida que restava nos seus rostos.
Por isso não queria a companhia delas.
Não fazia sentido ouvi-las, porque eles não tinham nada pra dizer.
Eu só queria uma cerveja.
Algum dinheiro, alguns cigarros.
A solitude do bar.
Lugar de sobreviventes, unidos pelo limbo interior.
Navegando num mar de pesamentos,
onde boiam garrafas vazias,
 e a fumaça dos cigarros faz a vez da neblina.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Estrela de um céu nublado ( O que não coube em versos....)



Era manha de domingo, e como já disse Bukowski, o pior, o mais desgraçado entre todos os dias da semana. Eu não me sentia bem. Era só um grande amontoado de confusões, um turbilhão de emoções problemáticas. Me sentia vazio, quase morto. Os dias passavam sucessivamente sem que eu pudesse perceber, sem que eu pudesse notar o mundo a minha volta, talvez, na verdade, na maioria das vezes eu escolhera ignorar quase que o mundo inteiro. Já tinha pouca coisa com o que me importar, e a única coisa que me importava estava ausente.Sentia saudades dela. Não poderia evitar, mesmo que eu preferisse. Ela estava intrínseca no que tinha sobrado de mim. Mas o pior, na verdade ninguém se importa.
Chovia la fora, o que deixava o dia ainda mais horrível, e parecia que ele não iria acabar nunca. As horas se arrastam, me arrastam. Nada há a se fazer. Mas sempre há como ficar pior. Parece incrível como um celular desligado e uma caixa postal podem ser nocivos quando você se sente um lixo.
As palavras ecoavam na minha mente, como versos dos poetas malditos. Todas as verdades ditas, e algumas das ainda ocultas se reverberavam me enlouquecendo. Detestavelmente ela tinha razão. Detestavelmente quase sempre tinha. Merda. Eu era um cretino mesmo, medíocre. Sempre bebendo, sempre falando asneiras, sempre fodendo tudo. Era assim que eu era. não dava a minima para nada nessa porra de vida.
"Odeio te ver assim" ela me dizia, sem saber que o motivo de estar assim era justamente eu não vê-la, alem de eu ser um idiota auto destrutivo, claro. Para ser sincero essa parte eu ainda poderia suportar, o que me destrói não é isso, é o "eu te amo", isso que me mutila, me despedaça, não pelas palavras, que sinceramente gostaria de ouvir todos os dias da minha vida, mas pela esperança que elas me criam. A esperança de que ela crie coragem para abandonar as certezas da sua vida bem construída para estar do lado de um louco, a esperança de que a loucura se amenizara mediante sua presença e de repente haja uma unidade entre nossas oposições. Eu sempre disse que o amor não muda nada. Eu estava enganado. Muda tudo.
Passei um sábado me sentindo horrendo, querendo ela, não sabendo quando ia vê-la, esqueci a festa, esqueci a vida, dormi. Dormi esperando ela responder, sem saber onde ela esta, nem com quem .
Me sinto doente. Mas dessa vez estou forte, posso ate ser louco como se pressupõe mesmo, mas nada me tirara dos trilhos, só lamento pelo tempo. Paciência. O que se há de fazer? o amor era mesmo tudo que eu disse que não era.