terça-feira, 20 de julho de 2010

Sem chão.

É assim, bem simples.
Como sempre foi.
Você caminha, caminha, caminha...
De repente, antes que possa notar, flutua.
Não no aspecto ilusório de "sonhar", "viajar".
Você flutua porque andou demais, sem se preocupar, sem olhar por onde.
Seu chão acabou.
Você caminhou antes de construí-lo.
E andou tanto a mais, que é difícil voltar a ter onde pisar.
Talvez tudo possa ser construído até aqui, mas mesmo assim é necessário voltar.
E aí falta coragem, vontade, suporte.
E ninguém ainda deu por sua falta.
Pois você se afastou demais de onde se anda, agora só flutua.
E aqui quase sempre é noite.
As vezes é só.
Sempre nostálgico.
Me sinto bem aqui, mas é saudoso o tempo em que eu tinha onde caminhar.


"o primeiro a escrever versos em folhas secas, pro acaso levar
de que adiantar anotar frases que não vou usar, linda, já não faz diferença."